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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Brasilidades: 'bafinho', capoeira e circo, a infância do goleiro Jefferson


Jogador do Botafogo e da Seleção revela juventude agitada, amor por arte marcial, experiência no picadeiro e disputa por figurinhas





Jefferson era uma criança hiperativa. Não gostava de ficar em casa. Além das partidas de futebol nos campinhos de pelada em Assis, no interior de São Paulo, ele dividia boa parte do seu tempo com outras paixões: capoeira, circo e "bafinho".

"Bafinho"? Isso mesmo. Assim era conhecida em Assis a brincadeira da garotada com figurinhas de seleções nacionais. Cada um tinha a sua coleção e disputava com os amigos numa rodada de bafo. O objetivo era virar as figuras que estavam sobre a mesa com uma batida com a palma da mão.

- Eu era muito agitado. Chegava em casa só para tomar banho. Algumas vezes, só lavava os pés e a minha mãe brigava. Uma das brincadeiras da época era o bafinho, como chamávamos na região - contou o goleiro da Seleção, hoje com 30 anos e que, apesar de ter morado em Assis na infância, é natural de São Vicente, em São Paulo.



E a disputa era acirrada. Jefferson tinha centenas de figurinhas, que embalavam gomas de mascar. Craques da seleção brasileira, da Itália, Argentina, Alemanha...

- Eram muitas figurinhas. Batia "bafinho" (ou "bafo-bafo", como é chamado em outras localidades do Brasil) com os amigos na porta de casa. Apostava figurinhas - relembrou o arqueiro, que também colecionava bolas de gude.
De dia, era a pelada, a bola de gude e o bafinho. À noite, a capoeira"
Jefferson

Mas o "bafinho" não era a única diversão do menino Jefferson. Antes mesmo das figurinhas e do próprio futebol entrarem na vida do goleiro, um outro esporte chamava a atenção do garoto. Com 6 anos, por intermédio dos primos Ricardo e Walter, conheceu a capoeira.

- Sempre gostei muito. De dia, era a pelada, a bola de gude e o bafinho. À noite, eu me reunia com o pessoal na praça para jogar capoeira. Até hoje, eu gosto muito. Quando jogamos em Santos, o Botafogo fica hospedado em um hotel onde em frente algumas pessoas jogam capoeira. Sempre fico observando do restaurante.

Por conta do futebol, Jefferson não pode jogar capoeira. Principalmente por conta dos riscos de lesão. Mas no futuro, planeja se dedicar um pouco mais.

- Tenho isso em mente para o futuro.

Capoeira, "bafinho"... A correria de Jefferson era grande. Mas as aventuras do menino de Assis não pararam por aí. Por um ano, o goleiro trabalhou num circo. Cama elástica, perna-de-pau, roupa de palhaço... Foram apenas algumas das atividades no picadeiro.

- Só não fazia malabarismos. Não fiz muito a parte do espetáculo. Participava mais de desfiles - relembrou.
Jefferson agradece a boa atuação na vitória da Seleção sobre o México, em 2011 (Foto: agência AP)
Hoje em dia, Jefferson não tem mais ligação com o circo. Mas não deixa de curtir os espetáculos que passam pelo Rio de Janeiro com a esposa Michele e as filhas Nicole e Debora.

- Já fomos algumas vezes. Elas gostam muito. Sempre que tenho um tempino, eu vou com elas nos espetáculos - disse o goleiro, que estreou pela Seleção no empate por 0 a 0 com a Argentina, no Superclássico das Américas em 2011.

06_Linha-Tempo_JEFFERSON (Foto: Infoesporte)


Por Márcio Iannacca Rio de Janeiro

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