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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Na chegada ao Botafogo, Gottardo vê esforço por atrasos e sonha alto


Ex-zagueiro é apresentado como diretor técnico do clube, agradece chance dada, fala em clube com alegria no trabalho e do desejo de levar o time longe na Libertadores




Wilson Gottardo foi apresentado oficialmente nesta quarta-feira como o novo diretor técnico do Botafogo, ocupando a lacuna deixada pela saída recente de Sidney Loureiro. Sem muito alarde, o ex-zagueiro conversou com a imprensa pela primeira vez no Cefan, nos minutos finais da derrota por 4 a 2 para o Madureira, em um jogo-treino visando o Brasileirão. Sem a presença do presidente Mauricio Assumpção, que teve que ir ao hospital por conta da internação do filho dele, Gottardo contou que se sentiu prestigiado com o convite e explicou que é preciso tranquilidade para tratar os problemas financeiros do clube que, segundo ele, é uma situação enfrentada pela maiores das equipes do país. Além disso, pediu alegria no trabalho tanto dos jogadores, como dos funcionários. Outro ponto destacado foi o desejo de ter um forte elenco e o sonho de chegar longe na Libertadores.

- É maravilhoso fazer parte e retornar a uma casa que eu conheço bem. Me sinto privilegiado pelo presidente e vamos iniciar os trabalhos. Temos muitas coisas para avaliar, conhecer, e daqui para frente é trabalhar com dignidade e respeito para dar certo - disse.

Gottardo Botafogo (Foto: Raphael Bózeo)
Com salários atrasados durante toda a temporada, a diretoria trabalha constantemente para evitar problemas com o grupo de jogadores. O tema foi tratado na coletiva, e Gottardo analisou a situação com um obstáculo a ser vencido. Segundo ele, os dirigentes estão trabalhando para sanar os problemas e é preciso ser tratado com atenção.

- A situação não é tão confortável para as partes, mas só que também não vejo ninguém de braços cruzados. Vejo todo mundo tentando resolver, se empenhando por essa causa. Acompanhando os treinamentos, em reunião com a comissão técnica, vejo que todos estão se empenhando ao máximo, tanto na parte administrativa, como no futebol. É lógico que tem muitas conversas para serem feitas, tenho propostas da minha parte. E vamos colocar um pouco da minha cara também, não posso fugir disso - explica.

Vagner Mancini conversa com Gottardo após jogo-treino do Botafogo no Cefan (Foto: Raphael Bózeo)
Outros tópicos da entrevista coletiva

Resolver o problema dos salários atrasados é o fator que mais preocupa no momento?
- Tudo é ciclo, tudo é momento. Já vivi momentos difíceis e muito bons. Temos que saber como vamos encarar essa dificuldade. Temos que ver como cada atleta e a diretoria vai encarar isso. Vamos tentar resolver. Não é nada para deixar por baixo, o trabalho feito pelo Sidnei (Loureiro) foi muito bom, reconhecido nas categorias de base e está deixando um legado. Mas também é natural na nossa profissão essas idas e vindas, então vamos encarar isso bem e dar a sequência agora. O Mauricio eu conheço desde os 18 anos e o Mancini dos tempos de Guarani. Então há uma relação muito boa com eles.

- Isso não é uma situação exclusiva do Botafogo, converso com times de outros estados e todos tem mais ou menos o mesmo discurso. A dificuldade de patrocínios, a instabilidade e outras coisas também. Há uma cobrança natural de boas campanhas com vitórias, conquistas, títulos, e vem por parte de torcida. Às vezes acontecem investimentos mais pesados, é natural, mas como disse ninguém está de braços cruzados aqui. Agora faço parte disso e me sinto preparado para esse desafio.

Como foi o primeiro contato com os jogadores?
- Estou me sentindo bem, normal, as apresentações têm as suas avaliações. Tenho amizades, não de frequentar locais, mas de amigos em comuns. Então naturalmente isso vai crescendo, vai haver aproximação com o objetivo de fazer um bom elenco, competitivo, já conseguindo a classificação para a Libertadores. Ter esse sonho que ainda não foi realizado de chegar em uma final, e é possível. A comissão técnica é também competente e já mostrou isso, e com profissionais dispostos a trabalhar.

Como está encarando o desafio de, pela primeira vez, ocupar o cargo de diretor técnico?
- Meu pai faleceu com 13 anos e amadureci precocemente. Acho até q não foi justo comigo ter essa maturidade antecipada. Com 21, 22 anos já era capitão no Guarani. Tinha relação próxima com técnicos e diretoria. Não que eu queria, era natural. E fui aprendendo bastante, talvez tenha sido facilitador para os treinadores, ajudar os companheiros fora de campo. Pretendo empregar toda essa experiência aqui. É um tempo novo na minha vida, mas a experiência quero usar. E aprender também. Quem disse que já sabe tudo, pode partir.

Qual é o projeto a longo prazo do Botafogo?
- Estou chegando agora, foram reuniões rápidas com cada integrante e tem muita coisa para estar analisando, conhecendo, e vou precisar de um tempo para falar. Não posso antecipar nada ainda. Óbvio que já encaminhei algumas coisas para os colegas de trabalho para tentar dar um desenho do que acredito.

Qual será a sua primeira ação no clube?
- É precoce antecipar qualquer situação. Gosto muito da relação dos atletas, então vamos trabalhar em cima disso com transparência e fidelidade. Os médicos receitam que você tenha uma vida saudável, pratique esporte, e temos como profissão o esporte. O que não podemos perder é a alegria de jogar, não podemos perder a alegria aqui no clube.


Por GloboEsporte.com*Rio de Janeiro* Por Raphael Bózeo, estagiário

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