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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Sheik explica críticas à CBF, ataca arbitragem e pede direito de expressão a jogadores


Emerson desabafa contra a CBF em uma câmera de tv no jogo contra o Bahia

"Normalmente é num momento que a adrenalina está em um milhão. É um desabafo, da maneira que você se coloca. Em relação à vergonha, ela é coletiva. De todos os atletas, torcedor que paga ingresso e vai ao estádio, de ver uma arbitragem incapaz que nem nas peladas de Nova Iguaçu, no fim de semana, do meu irmão, teria condições de apitar. Não são profissionais. A vergonha é em relação a isso. É de estar vindo todos os dias para o clube, trabalhando, de uma maneira geral, enquanto eles estão em escritório. Uma coisa tenho certeza: a vida deles não é só no futebol, não é só arbitrar", disse Emerson.

PERSEGUIÇÃO DA CBF?

"Eu não acredito em perseguição, acredito em incompetência. A gente espera que a arbitragem seja profissional como nós, que acordamos cedo, vamos ao clube. Espero que a CBF se posicione a fim de profissionalizar a arbitragem. É inadmissível que enquanto os atletas estão em seus clubes trabalhando, focando, alguns árbitros estão em uma sala, num escritório, resolvendo outro tipo de problemas. A esperança é que a CBF se posicione a fim de profissionalizar isso"

NOVE AMARELOS NOS ÚLTIMOS NOVE JOGOS

"Talvez alguns desses cartões certamente eu tenha merecido. Por outro lado, não querendo ser diferente de ninguém, eu sou um atleta que dou trabalho. Sou um atleta que quando eu entro para disputar uma partida eu quero vencer, dar o meu melhor e o árbitro tem estar preparado para trabalhar com atletas de alto nível. Nosso futebol brasileiro, a nossa arbitragem não está preparada. Sim, alguns desses cartões são merecidos, mas a arbitragem vem com um pensamento diferente para alguns atletas no futebol nacional. Atletas que se destacam, cada um com seu perfil, competindo, sendo mais aguerrido, agressivo. A arbitragem às vezes está individualizando alguns atletas e isso é prejudicial para a partida e para a própria carreira deles"

RELATOS DE PALAVRÕES NA SÚMULA

"Daí tem que ir pra igreja, né? Dentro de um campo você não falar um porra, um foda-se, como vai fazer? Tem momentos que ali não é ofensa, você não está agredindo o cara. Não está agredindo verbalmente a pessoa. É força de expressão. Lógico que em momentos de descontamento, por conta de falhas grotescas, lógico que você fala, senão vamos ficar a semana inteira aqui conversando. Todo mundo aqui já falou um "porra". Ou não?"

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

"Uma coisa que é muito clara para mim é que desde moleque sempre fui apaixonado pelo que eu faço. Meu sonho era ser atleta profissional. É muito triste hoje ver o que eu mais sonhei em toda minha vida, ver o sonho dos meus filhos em serem jogadores de futebol, é muito triste ver tudo isso que está acontecendo. Não sei porque nós, atletas, não podemos desabafar. Por quê? Há uma rejeição em relação a nós, atletas, quando a gente abre a boca para opinar. Vejo vocês na tv fazendo crítica à CBF muito mais pesadas do que eu fiz ontem. A gente não pode falar? Por que que tem esse tabu de atleta? Vergonha, ignorância é querer punir, dar uma punição a um atleta porque ele se manifestou, deu sua opinião. Isso, sim, é ignorância. Em nenhum momento eu quis ser polêmico. Por que a gente não pode participar da discussão?"

OPINIÃO EM CAMPO

"Falei o que eu acho e tenho certeza absoluta que o que eu acho muito acham, mas poucos têm coragem de falar. Eu tenho 36 anos, sou muito bem resolvido, a minha carreira é de vitórias, conquistas, então acho que tenho o perfil pra vir aqui e falar. Não sou nenhum menino. As pessoas têm de respeitar isso, a opinião do outro. No nosso esporte a nossa imprensa, os atletas...por que só a imprensa fala, só vocês podem e a gente não? Não é apontar o Emerson porque foi lá na câmera e falou o que pensa. É a a realidade, o que estamos vivendo. E se não abraçarmos essa ideia, fica difícil para vocês (imprensa) também. A gente precisa de mudanças e se vocês que têm caneta, papel e agora computador puderem ajudar vai ser melhor também"

PREOCUPAÇÃO COM DENÚNCIAS DO STJD?

"Já respondi essa pergunta e vou acrescentar aqui minha posição como atleta. A gente não vai poder falar nunca? É proibido eu desabafar, dar minha opinião? Vivo isso diariamente. O futebol existe por conta dos jogadores e se eles não puderem participar dessa discussão está tudo errado. Em relação à denúncia, gancho, isso não cabe ao Emerson, atleta, falar. Tem o Botafogo que certamente vai se posicionar no momento certo e se assim precisar"

EXPULSÕES DO BOTAFOGO NOS ÚLTIMOS JOGOS SE DEVE TAMBÉM AO AMBIENTE FORA DE CAMPO?

"Esses números de expulsões, se você me permite tirar as três de ontem, ele vai cair. Ontem foi uma situação, não vou qualificar, até porque não assisti ao jogo pela tv e quero ver antes de falar. Lógico que algumas coisas que acontecem com o Botafogo fora de campo para alguns atletas tem um peso diferente. Isso é muito particular, cada um recebe de uma maneira. Mas ainda assim o clube tem profissionais qualificados, que vêm conversando com os atletas. Hoje mesmo tivemos uma reunião para amenizar tudo isso que vem acontecendo e nos prejudicando dentro das partidas. Mancini é um cara que pega pesado com a gente, em relação a terminar a partida com um jogador a menor. Tudo isso vem sendo discutido internamente a fim de melhorias, mas é óbvio que os atletas precisam parar um pouco, me incluindo, inclusive, a fim de cuidar esse lado para que não fique com jogadores a menos para que a situação não se complique mais"


ESPN.com.br
GAZETA PRESS

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