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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Presidente do Bota critica decisão por torcida única no Rio: "Muita surpresa"


Carlos Eduardo Pereira diz que clubes são partes interessadas no processo, e não réus, como determinou juiz: "Fazemos um esforço muito grande pela não violência"




O presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, disse lamentar a determinação da Justiça do Rio, divulgada nesta sexta-feira, de que os clássicos entre os quatro grandes do futebol carioca deverão ser realizados com torcida única. O mandatário do Glorioso, apesar de já ter se posicionado a favor da presença de torcedores de uma única equipe nos jogos, afirmou que a decisão é exagerada por penalizar os clubes. Pereira disse que o Alvinegro, ao lado de Flamengo, Vasco e Fluminense, são partes interessadas no processo, e não réus.


- Recebi com muita surpresa essa informação no sentido que os clubes tenham sido colocados como réu, uma vez que existe toda uma rotina de preservação em todos os clássicos. Rotina essa que é feita com os clubes, federação, forças policias, torcidas organizadas. É uma logística amplamente divulgada e sempre realizada sem nenhum problema. O que ocorreu é que ela foi quebrada no último domingo. Por ter sido quebrada, ocorreram cenas lamentáveis de violência. Se querem fazer experiência de torcida única, o Botafogo nada tem contra qualquer iniciativa em favor do pleno desenvolvimento do esporte, da segurança das pessoas, está sempre disposto a colaborar. Mas não dessa maneira – disse ao “Tá na Área”.


O juiz Guilherme Schiling, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos do Rio, tomou a decisão em caráter liminar ao acatar ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Rio. Em função das cenas de violência ocorridas no duelo entre Botafogo e Flamengo, no último domingo, pelo Carioca, o MP pediu que os clássicos passassem a contar com torcida única. Na partida, realizada no Engenhão, organizadas brigaram antes do jogo – um torcedor foi morto, e oito ficaram feridos. 

Nilton Santos em jogo do Botafogo: Justiça determina torcida única em clássicos (Foto: Felippe Costa)

Pereira sugeriu que os clubes, as autoridades e a Ferj se reunissem para discutir a violência no futebol carioca não de maneira pontual, em função das cenas do último domingo, mas sim em relação ao que vem ocorrendo há anos nos dias dos jogos.


- Não é considerar os clubes réus, mas sim parte importante. Nós fazemos um esforço muito grande pela não violência. O Botafogo tinha seguranças particulares na ordem de 300 homens e foi muito importante na contenção da situação com o apoio da guarda municipal na área externa. Depois, a polícia militar acabou chegando com um efetivo adequado e a saída do estádio se deu sem problemas.


Pereira ainda criticou a decisão da Justiça de exigir dos clubes o cadastro de torcedores violentos, a fim de impedi-los de entrar nos estádios durante os jogos. Para ele, esta responsabilidade é das autoridades policiais.


- O Botafogo não tem esse poder. Ninguém pode remeter ninguém a um cadastro de não for um cadastro espontâneo. Como vai se fazer o controle dos membros de uma torcida organizada que formalmente não existe. Como vou controlar a entrada de pessoas sem identificação, sem sistema de controle, que pode ser feito pela força pública, baseada na lei. Transferir ao clube uma responsabilidade de controle, não tenho poder de polícia. Como posso barrar uma pessoa que comprou ingresso, mas porque está usando uma camisa tem que mostrar CPF e esperar um horário para entrar no estádio. Isso precede toda a preparação do jogo que não é decidida na roleta. Em um clássico aparecem mais de 20 mil pessoas. Como vamos fazer uma triagem desse porte. 


Fonte: Por SporTV.com/Rio de Janeiro

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