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segunda-feira, 10 de abril de 2017

Análise: Camilo rende melhor de volta ao meio e reabre dilema no Botafogo


Sem Montillo, camisa 10 joga centralizado contra Fluminense, sem precisar marcar, e aparece mais do que últimos jogos tanto na criação quanto na conclusão de jogada



Faltou o gol? É verdade. O jejum de sete meses continua, mas Camilo teve motivos para sorrir no Nilton Santos além da classificação para a final da Taça Rio. Sem Montillo, poupado contra o Fluminense, o camisa 10 do Botafogo pôde voltar a jogar centralizado, conforme gosta. E de fato rendeu bem melhor do que como ponta-esquerda nos últimos jogos. Solto, sem responsabilidade de marcar, ele se mostrou à vontade, aplicou chapéu e foi mais participativo tanto na criação quanto na conclusão de jogadas (veja no vídeo acima), reabrindo o dilema: como fazer para os dois meias encaixarem no retorno do argentino?


Eis a questão que Jair Ventura tenta responder desde o início do ano. O esquema escolhido foi um pentágono no meio de campo, com Airton e Bruno Silva de volantes, Camilo aberto na esquerda, Pimpão na direita e Montillo centralizado, mais perto de Roger. O camisa 10 jogou assim na Seleção quando foi convocado por Tite, mas não esconde de ninguém que não se sente à vontade nesta função, onde precisa voltar para marcar e não tem a velocidade necessária para explorar os flancos.


Mapa de calor de Camilo no Clássico Vovô (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo / mapa de calor: Footstats)

No meio, por ser sua posição original, Camilo tem a agilidade de raciocínio e distribui mais o jogo. Pelo seu mapa de calor no site "Footstats", é possível notar que o meia flutuou por todas as regiões do campo e não prendeu muito a bola, priorizando os passes: foram 16 certos e quatro errados na partida. Conseguiu alguns bons lançamentos para Sassá no primeiro tempo. Mais desgastado na etapa final, ele se aproximou dos atacantes e foi quando deu suas duas finalizações. Camilo ainda teve uma roubada de bola, um impedimento, cometeu uma falta e sofreu quatro.



É justamente a questão de seu posicionamento que causou um mal-estar interno no Botafogo nos últimos dias. Ao saber que estava escalado no time misto para o Carioca, com os que teoricamente não seriam titulares no próximo jogo da Libertadores, Camilo se irritou por ter sido barrado fora de sua posição. O meia cobrou Jair e sequer treinou sexta e sábado. Mas reapareceu na concentração e aparou as arestas após reunião com o técnico e o gerente de futebol, Antônio Lopes.


Ainda não é certo que Montillo jogue contra o Atlético Nacional na Colômbia, na quinta-feira, na volta da Libertadores. Com dores musculares, o argentino é dúvida para a viagem e será reavaliado nesta segunda, junto com Airton, Marcelo e Carli. Com ou sem o camisa 10, a tendência é que Jair volte ao esquema com três volantes, formação que deu certo no ano passado e deixa o time mais cauteloso fora de casa. Desta forma, Camilo e Montillo disputariam a posição de único meia.


Fonte: GE/Por Thiago Lima, Rio de Janeiro

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