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quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Análise: Botafogo cai de produção junto com Erik e desperdiça dever de casa para abrir distância do Z-4


Em jogo de atuação apagada do atacante, Alvinegro tem baixo rendimento ofensivo e só empata contra concorrente direto. Luiz Fernando assume a responsabilidade, mas precisa de companhia



Vitor Silva/SSPress/Botafogo


Ainda é cedo para se falar em "Erikdependência" no Botafogo. Mas, coincidentemente, o desempenho do time caiu junto com o do atacante, que chegou voando com gol e assistências e rapidamente se transformou no principal jogador alvinegro. Porém, nas últimas duas partidas, ele foi bem discreto, e a equipe não venceu: empatou por 2 a 2 com o São Paulo na semana passada e por 1 a 1 com o Vasco na última terça (veja os lances no vídeo abaixo), ambos no Nilton Santos.


Contra o São Paulo, Erik chegou a dar uma assistência para Kieza no primeiro tempo, mas depois não apareceu mais. No clássico, participou ainda menos do jogo, até porque o Botafogo concentrou seus ataques pelo lado esquerdo do campo, oposto ao do atacante. Mas a queda de rendimento levou Zé Ricardo a substitui-lo por Pimpão no segundo tempo nas duas partidas. No entanto, o técnico mostrou confiança na volta da boa fase do reforço ao ser questionado sobre o tema:



Melhores momentos de Botafogo 1 x 1 Vasco pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro


– É um jogador que se movimenta bastante, dá muita opção. Hoje foi um pouquinho parecido com isso, nosso crescimento se deve ao fato de ele estar ali. Pimpão tem características próximas a dele, queríamos nas duas laterais um volume ofensivo. Então nada específico, ele está se sentindo bem, tem muito comprometimento, daqui a pouco ele volta a ter boas atuações novamente – afirmou Zé, em entrevista coletiva.


Fato é que o Botafogo não conseguiu fazer o dever de casa após ter buscado seu primeiro triunfo fora do Rio de Janeiro no Campeonato Brasileiro, ao fazer 4 a 3 sobre o Vitória no Barradão. Apesar de serem considerados dois jogos complicados – um por ser contra o então líder e outro por ser clássico e diante de um concorrente direto –, o time desperdiçou a rodada dupla no Nilton Santos para se afastar da zona de rebaixamento. Se vencesse as duas, teria aberto oito pontos do Z-4.


Lições:

Jogadores e diretoria terminaram o jogo indignados com o árbitro Ricardo Marques Ribeiro pela não marcação de um pênalti de Ramon em Kieza no segundo tempo. O juiz errou, mas o Botafogo não pode usar a arbitragem como muleta. O Alvinegro foi um pouco superior ao rival, porém, o time ficou devendo e só exigiu do goleiro reserva do Vasco três defesas, em finalizações de Igor Rabello, Kieza e Marcinho (as duas primeiras no meio do gol);

Na falta do brilho de Erik, Luiz Fernando vem chamando a responsabilidade no Botafogo. O meia-atacante foi o melhor em campo no clássico, marcou um golaço de fora da área – foi o sexto gol dele em 46 jogos com a camisa alvinegra – e ainda acertou uma bola no travessão. A timidez vai ficando de lado, e a camisa 10 vai ficando menos pesada. Mas ele precisa de companhia, às vezes cria jogadas e não tem opções de passe;



Luiz Fernando foi o melhor jogador em campo no clássico — Foto: André Durão/GloboEsporte.com



Zé Ricardo desta vez começou a mexer no time até mais cedo que de costume, e trocou Gustavo Bochecha por João Pedro aos 17 minutos do segundo tempo. Aos 24, colocou Pimpão no lugar de Erik, e aos 32, Brenner na vaga de Kieza. Mas nenhum deles deu resultado. O que tem sido uma constante: a última vez que um jogador saiu do banco e foi decisivo foi Aguirre, quando fez o último gol da vitória por 2 a 0 sobre o Sport em agosto;

As costas de Pikachu, de volta à lateral-direita do Vasco após longo tempo se adaptando a jogar como meia, era o caminho mais fácil para o Botafogo no clássico. Luiz Fernando até conseguiu fazer um salseiro por ali, e Moisés também apareceu algumas vezes no espaço vazio, mas o Alvinegro acabou explorando muito pouco esses buracos;

Substituto de Gatito e Jefferson, Saulo mostrou mais segurança desta vez quando exigido e fez boas defesas em cabeçada de Andrés Ríos e na bomba de Andrey. A defesa como um todo sofreu pouco diante de um fragilizado Vasco. Pressionado por torcedores, Moisés se mostrou nervoso no primeiro tempo, mas cresceu na etapa final. E Carli travou um bom duelo com o conterrâneo Maxi López, mas acabou falhando no único gol do rival.

O Botafogo se reapresenta na tarde desta quarta-feira no Nilton Santos, para iniciar a preparação para mais um jogo fora de casa e contra outro confronto direto na tabela. O time de Zé Ricardo visita o Ceará, primeiro da zona de rebaixamento e com um jogo a menos, na próxima segunda-feira, às 20h (de Brasília), no Castelão. Com quatro pontos de distância, o Alvinegro ainda não correrá riscos de entrar no Z-4 na próxima rodada mesmo em caso de derrota.


Fonte: GE/Por Felippe Costa e Thiago Lima — do Rio de Janeiro

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