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sexta-feira, 3 de maio de 2019

Análise: trio de meio-campo acorda, e Botafogo apaga início ruim em virada contra o Bahia


Time volta a vacilar no fim do jogo, mas conquista vitória com grande participação de Cícero, Bochecha e João Paulo




A falta de efetividade demonstrada contra o São Paulo, no último domingo, não se repetiu, e o Botafogo conseguiu importante vitória por 3 a 2 sobre o Bahia, nesta quinta-feira, no Nilton Santos. O time não foi constante, oscilou, mas aproveitou o momento em que foi para cima e empolgou sua torcida. Manteve o propósito de ter a bola, mostrou um entrosamento melhor e mereceu vencer.



Início ruim e com time muito desligado

O Botafogo, com a mesma proposta de jogo da apresentada contra o São Paulo, começou com muita posse de bola, tanto que terminou a primeira etapa com 67% no quesito.


O início, porém, foi bem ruim. O time não fazia o simples e, por isso, sofreu o primeiro gol. João Paulo foi driblar na saída de bola, e Arthur Caíke aproveitou cruzamento de Moisés. A pressão feita no campo de defesa do São Paulo também não se repetiu nos primeiros minutos desta quinta-feira.



João Paulo começou mal, mas depois ganhou confiança e deu ótimos passes, como esse de calcanhar — Foto: André Durão/GloboEsporte.com


Após o gol dos visitantes, os comandados de Eduardo Barroca seguiam errando muito. Cícero e Bochecha, os dois melhores passadores da equipe, não iam bem, e o time não andava.


Bastou a dupla acordar para o Botafogo passar a ser agressivo. Empate na bola parada com um golaço. Virada em boa jogada de Cícero e Gilson. E o terceiro veio da esperteza de Erik, que roubou bola na intermediária e adiantou para Cícero arrancar e guardar.


O Glorioso foi para o intervalo com outro ânimo e, diferentemente do que acontecera no início do tempo, nos braços da torcida.



Bochecha e João Paulo cresceram muito na parte final do primeiro tempo — Foto: Fred Gomes



- Tomamos um gol muito cedo, não esperávamos isso. Queríamos pressionar o Bahia desde o início. Nesse contexto, diante dos resultados no início do ano, o jogo não ficou bom para nós. Mas rapidamente trouxemos o jogo para a nossa característica e conseguimos algo muito difícil no primeiro tempo com uma virada importante, com imposição - disse Barroca.



Botafogo cozinha jogo na etapa final, mas quase se enrola

Após conseguir rápida virada com muita intensidade e "imposição", como disse Barroca, o Botafogo voltou do vestiário pisando no freio. Procurou trocar passes e, em dado momento, envolveu o Bahia. A intenção era cozinhar o rival, mas isso não se deu na totalidade da etapa final.


Mas a verdade é que o time perdeu o domínio da bola. Se teve 67% de posse, esta caiu para 54%. As substituições também mudaram muito o Botafogo. Valencia, apesar de quase ter marcado, não aproveitou a oportunidade na vaga de Pimpão.


Erik e Cícero estavam muito bem e participavam de quase todas as ações ofensivas. Alex Santana e Luiz Fernando, porém, não mantiveram a mesma pegada.


O Bahia explorava o lado esquerdo de seu ataque, por onde Moisés e Rogério levavam a melhor na maioria dos confrontos diretos com Marcinho.


Sem serem muito pressionados, os rivais ganharam campo e, quando o jogo parecia morto, conseguiram um gol, mas pelo outro lado. Após bola parada, Shaylon deu belo drible em Marcinho, cruzou, e Ernando pegou o rebote.


Se foi superior em finalizações no primeiro tempo (8 a 6), o Botafogo pouco ameaçou na etapa final, e o Bahia virou a estatística para 19 a 10.


O Botafogo ainda sofreu um pouco no final, mas conseguiu suportar e saiu com vitória importante. Eduardo Barroca admitiu a queda e explicou que para evitar tais oscilações é necessário tempo, principalmente na questão de ser intenso durante os 90 minutos.


- No segundo tempo, a gente pressionou menos do que deveria. Estamos em um momento de virada de chip. Tenho exigido sempre intensidade. E para jogar assim sempre precisa de tempo. Deixamos de pressionar, e o jogo saiu do que imaginávamos. Mas a vitória foi importante, sabíamos da importância desse jogo em casa. O Bahia é uma equipe forte.



Pontos positivos:


Poder de reação dos meio-campistas: o trio começou mal. Bochecha tentava o mais difícil em jogadas simples. Cícero estava apagado, e João Paulo, fora de sua característica, foi driblar na saída de bola.



Depois, Bochecha passou a arredondar todas as bolas, Cícero se tornou o protagonista, com muita participação e movimentação, e João Paulo, depois de marcar seu gol, cresceu muito e deu ótimos passes.



Gilson foi bem contra o Bahia — Foto: André Durão/GloboEsporte.com



Geralmente mais efetivo nos ataques e cruzamentos, Gilson apareceu bem na frente, mas se destacou mesmo com muitos desarmes (foi o líder do jogo no quesito, com sete).


Pontos negativos:


Falta de concentração no início: se começou mordendo contra o São Paulo, nesta quinta-feira o time iniciou o duelo muito mal coletivamente.


Tais vacilos fizeram a torcida perder a paciência com a equipe, vaiando e xingando jogadores, cenário ruim num momento em que se busca a reabilitação na temporada.


Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro

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