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quinta-feira, 25 de julho de 2019

Análise: falha individual, mexidas erradas e expulsão tola mostram que ficou barato para o Botafogo


Marcelo Benevenuto vacila feio no gol, Carli toma atitude inexplicável em lance do cartão vermelho, e João Paulo, que estava bem, é substituído no intervalo; linha alta deixa brechas


"No final, o resultado acabou não ficando tão ruim porque o confronto não se definiu hoje". Assim Eduardo Barroca resumiu a derrota por 1 a 0 para o Atlético-MG, nesta quarta-feira, no Nilton Santos. E foi coerente. Ficou muito barato para o Botafogo. Ricardo Oliveira perdeu duas chances incríveis, Chará, outra, e ainda houve um gol bem anulado do Galo. Graves erros individuais, substituições que não deram certo e um ataque inoperante marcaram o revés alvinegro.



Vinícius bate para marcar o gol do jogo — Foto: REUTERS/Ricardo Moraes


Mais - e más - finalizações e falha feia de Benevenuto

É verdade que o time de Barroca jogou para ganhar, com a linha de defesa adiantada e conseguiu praticamente dobrar a baixíssima média de finalizações que tem apresentado no Brasileiro - 8,73 por jogo. Contra o Galo, foram 15. Na direção do gol, porém, foram apenas duas.


O jogo era equilibrado até o único gol do duelo, marcado aos 34 minutos da etapa final. Mas o erro foi para desanimar qualquer um. Gatito demorou a sair jogando com os pés e optou por Marcelo Benevenuto, que, em vez de fazer o simples, tentou passe por elevação para Gilson, Elias roubou e tocou de peito para Vinícius marcar.


O Botafogo também apresentou problemas com a linha avançada. Patric e Fábio Santos surgiam frequentemente nas costas dos laterais alvinegros, que pelo menos no um contra um não comprometiam. Mais contidos em outros jogos, Marcinho e Gilson, de acordo com o que o jogo pedia, subiram, mas deram brechas.


Os cariocas foram para o intervalo com mais posse de bola (54%) e finalizações do que o rival: 10 a 8. Seis não tomaram a direção do gol. A mais perigosa, num chute de Alex Santana, raspou o travessão de Cleiton.


Ataque em péssimo dia e substituições equivocadas

É bom destacar o quanto jogaram mal Erik, Luiz Fernando e Diego Souza. O primeiro se apresentava para todos os contra-ataques, mas errava tudo que tentava. Luiz foi figura apagada, tanto que saiu no intervalo, e Diego, sem mobilidade, pouco contribuiu também.


Barroca resolveu fazer duas mexidas no intervalo, mas tirou João Paulo, um dos dois melhores jogadores do time. João e Alex Santana se destacavam e combinavam boas jogadas, mas o treinador trocou o primeiro por Bochecha, que pouco fez. Também sacou - acertadamente - Luiz Fernando. Igor Cássio, seu substituto, não funcionou pelas pontas.


O Botafogo piorou bastante. Só levou perigo em ótima jogada de Alex Santana, que colocou Gilson dentro da área. O lateral, sem ângulo, chutou para fora.


Expulsão tola que causa estrago

O número de finalizações caiu pela metade, cinco apenas na etapa final. Alex era a única figura criativa, e os atacantes não se entendiam. Para piorar, Carli, numa atitude inexplicável, deixou os pés no rosto de Papagaio e foi expulso aos 35 minutos do segundo tempo. Aí virou uma bagunça de vez.


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Claus consulta VAR, depois expulsa Carli, que é consolado pelo ex-companheiro Igor Rabello.


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Cícero virou zagueiro, Alex Santana foi para a esquerda, mas no fim do jogo enfiou-se no meio da área atleticana. Diego Souza recuou, tornou-se praticamente um primeiro volante, sua função no início de carreira, e nada dava certo.


Carli, um dos principais líderes do elenco, errou gravemente ao não pensar antes de fazer o que fez. Deixou o Botafogo, por falha de planejamento do departamento de futebol e pela irresponsabilidade do argentino, com apenas um zagueiro para a partida de volta, marcada para a próxima quarta-feira, no Mineirão.


O clube, que emprestou Helerson recentemente para o Estoril-POR, não pagará a multa avaliada em R$ 1 milhão para utilizar Gabriel, emprestado pelo Galo. Marcelo Benevenuto é o único jogador da posição disponível para a Copa Sul-Americana.


O Botafogo que animava seu torcedor antes da parada da Copa América hoje é motivo de preocupação. Está em jejum há quatro jogos, pouco finaliza na direção do gol e não controla o jogo com a mesma facilidade. O alvinegro, desanimado, volta para casa aliviado por ter ficado apenas no 1 a 0. Cabia mais.



Todos os números utilizados na reportagem foram tirados do site sofascore.com/pt — Foto: sofascore.com/pt


*Todos os números utilizados na reportagem foram tirados do site sofascore.com/pt



Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro

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