Perto de se apresentar ao Guizhou Renhe, atacante afirma que inicia aventura no Oriente guiado por ensinamento de Seedorf
Há cerca de dez dias, Hyuri esteve num estúdio de tatuagem na Zona Norte do Rio de Janeiro. Após uma hora e meia, saiu de lá com o corpo marcado com um dragão chinês, numa imagem que vai de seu ombro direito ao pescoço. No país mais populoso do mundo, o animal mítico simboliza transformação e sabedoria. Eles serão mais do que nunca necessários a partir de agora, quando o atacante de 22 anos iniciar sua trajetória no Guizhou Renhe, clube da China com o qual assinou contrato de três anos de duração. Depois de uma passagem de cinco meses pelo Botafogo, marcada por gols importantes e bonitos, o jogador viaja para o Oriente com a consciência de que poderia ter feito ainda mais, mas também certo de que teve sua parcela de contribuição para que o Alvinegro conquistasse a classificação para a Libertadores após 18 anos.
Hyuri vive últimos dias no Brasil antes de embarque para a China (Foto: Gustavo Rotstein) |
- O Seedorf sempre falava para mim e para os mais jovens que é importante melhorar a cada dia, que é possível chegar ao alto nível. Isso vai me guiar para sempre - disse, Hyuri que por ora deixará a tatuagem inacabada, já que seria necessária mais uma sessão para ser finalizada.
GloboEsporte.com - Qual o sentimento pouco antes do início dessa aventura na China?
Hyuri - Não estou nervoso nem com medo. Estou me precavendo, estudando para não ficar perdido. Vai ser tudo diferente, sim. Cultura, clima, alimentação, pessoas... mas nada de anormal para um ser humano. Vou tranquilo para jogar meu futebol, me destacar e dar continuidade à minha carreira.
Acha que é cedo para um jogador de 22 anos sair do Brasil e jogar num país como a China?
Não digo que é cedo. Digo que saí do Botafogo cedo. Cinco meses é pouquíssimo tempo. Saio deixando as portas abertas, pretendo voltar se tiver a oportunidade, porque me adequei bem ao clube. Além disso, ainda terei 25 anos quando o contrato terminar. Minha carreira realmente tomou um rumo diferente do que eu estava esperando, mas estou dando um passo à frente.
Qual a avaliação que você faz desses seus cinco meses de Botafogo?
Nem no meu melhor sonho eu imaginaria que seria daquela maneira. Cheguei com o pensamento de que poderia ajudar, mas que se fosse um coadjuvante também seria bom. Mas as coisas ocorreram de maneira muito rápida. A oportunidade apareceu devido ao meu trabalho, todos me ajudaram e agora estou aproveitando a chance que a vida está me dando para ter uma experiência nova. Agradeço ao Botafogo, tenho um carinho muito grande por esse clube e vou de cabeça erguida em busca dos meus objetivos.
Você apareceu no Botafogo marcando gols importantes e bonitos, no momento em que a torcida ainda sentia a falta do recém-negociado Vitinho. O fato de não ter conseguido manter uma regularidade foi reflexo da responsabilidade de ser apontado como sucessor do xodó?
Hyuri mostra tatuagem de dragão chinês no pescoço (Foto: Gustavo Rotstein) |
Qual maior ensinamento do Botafogo você vai levar a partir de agora em sua próxima experiência profissional?
O Seedorf sempre falava para mim e para os mais jovens que é importante melhorar a cada dia, que é possível chegar ao alto nível. Isso vai me guiar para sempre. Quando eu comecei no futebol, achava que tudo era uma pelada. Mas hoje vejo que você precisa sempre entrar para ser campeão, que é preciso aumentar o rendimento todos os dias.
Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro
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