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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Fim de uma era? Botafogo deixa de apostar em estrangeiros após 8 anos


Desde 2007 clube não iniciava uma temporada sem gringos em seu elenco. Vice de futebol afirma que Alvinegro continua aberto a valores de fora do Brasil



Em sentido horário: Seedorf, Loco Abreu, Ferrero, Herrera, Lodeiro, Ferreyra, Bolatti, Escalada e Castillo: estrangeiros povoavam o Botafogo em sequência desde 2008 (Foto: Editoria de arte)



O ano de 2008 foi o início de uma sequência de estrangeiros no Botafogo. Alguns tornaram-se ídolos, outros passaram despercebidos e poucos chegaram perto do folclore. A temporada de 2015, por sua vez, começa ao contrário: marcada pelo fim da legião de gringos no clube.

Ao fim de um 2007 decepcionante pela falta de resultados esperados, apesar de um time que mostrou-se competitivo, o Botafogo decidiu apostar na contratação de estrangeiros. A temporada seguinte começou com o goleiro da seleção uruguaia Castillo e os argentinos Ferrero (zagueiro) e Escalada (atacante). Ao longo daquele ano a diretoria ainda buscou o também atacante argentino Zárate, que marcou poucos gols, mas assim como seu compatriota e companheiro de posição, chamou mais a atenção pelo peso em excesso.

Em 2009, apenas Castillo permaneceu no elenco. Além de uma sequência de lesões, no segundo semestre, ele passou a enfrentar a concorrência de Jefferson, que tomou conta da posição e até hoje é absoluto no gol alvinegro. Dessa forma, o uruguaio não teve o contrato renovado.

A temporada de 2010, pelo contrário, marcou o início dos estrangeiros que fizeram a diferença. Juntos, o uruguaio Loco Abreu e o argentino Herrera formaram a dupla de ataque campeã estadual, marcando gols na final e encerrando o período de hegemonia do rival Flamengo. Eles iniciaram o ano de 2011 no clube e ainda contaram com a chegada do volante uruguaio Arévalo, que pouco depois deixou o Botafogo.

Recebemos ofertas de jogadores estrangeiros, mas nenhum deles nos interessou
Mantuano, vice de futebol do Bota

A perda de Loco Abreu durante o Brasileiro de 2012 não demorou muito a ser suprida. Alguns meses depois, o Botafogo chamou a atenção de todo o mundo ao contratar Seedorf. O holandês passava, assim, a ser a nova referência da equipe. Ainda naquela temporada o Alvinegro contratou outro jogador de seleção: Lodeiro.

O uruguaio e o craque holandês foram os estrangeiros que iniciaram 2013 no Botafogo e mostraram-se peças determinantes na conquista de uma vaga na Libertadores. No ano seguinte, entretanto, não demoraram muito a sair. Seedorf anunciou em janeiro a sua aposentadoria, e Lodeiro transferiu-se para o Corinthians após a Copa do Mundo.

Mesmo assim, o Botafogo seguiu apostando em estrangeiros. A temporada teve início com os argentinos Tanque Ferreyra e Bolatti. Alguns meses depois chegou o meia paraguaio Zeballos, e o peruano Ramírez foi o último estrangeiro a ser contratado. Nenhum deles, porém, atuou com destaque e, por isso, não deixaram saudade nos torcedores. O zagueiro uruguaio Mario Risso, por exemplo, disputou apenas um jogo oficial.

Para 2015, o Botafogo apontou sua mira para atletas que se destacaram na Série B e que estivessem ao seu alcance financeiro. Segundo o vice de futebol Antônio Carlos Mantuano, entretanto, a ausência de estrangeiros não é uma questão de filosofia ou economia.

- Recebemos ofertas de jogadores estrangeiros, mas nenhum deles nos interessou. Foi somente por isso que não contratamos. Mas de maneira alguma estamos fechados nesse sentido - explicou.

Estrangeiros do Botafogo nos últimos sete anos:

2008: Castillo, Ferrero, Escalada e Zárate
2009: Castillo
2010: Loco Abreu e Herrera
2011: Loco Abreu, Herrera e Arévalo
2012: Loco Abreu, Herrera, Seedorf e Lodeiro
2013: Seedorf e Lodeiro
2014: Lodeiro, Ferreyra, Bolatti, Zeballos, Mario Risso e Ramírez

Por Gustavo RotsteinRio de Janeiro/GE

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