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terça-feira, 18 de agosto de 2015

Rótulo, má orientação e humilhação: Neilton amadurece e reencontra gols


Atacante se firma como titular no Botafogo e marca dois gols em quatro jogos. No Rio, busca a inédita sequência em campo para superar o passado e avançar no futuro




Neilton posa ao lado de Chanel, sua cachorrinha
de 1 ano da raça spitz alemão
(Foto: Jessica Mello / GloboEsporte.com)
As embalagens nem sempre são fiéis aos produtos. Neilton é assim. Por trás das roupas de grifes, de tatuagens, de um moicano bem cuidado e de joias reluzentes, esconde-se um menino doce, de sorriso fácil e tímido. Por trás da alcunha de "novo Neymar" e da fama de mercenário para boa parte da torcida do Santos, está um garoto de 21 anos em busca de sequência para acabar com o estigma de eterna promessa. São os pré-conceitos diários que o atacante trata de quebrar. E essa é a hora de tornar-se realidade.


Há pouco menos de três semanas no Rio de Janeiro, o momento é de afirmação para Neilton. Autor de dois gols nos últimos dois jogos, o atacante é um dos expoentes da nova fase do Botafogo, que luta para não perder o status de protagonista na Série B. Titular com Ricardo Gomes, Neilton pode ter, enfim, a tão desejada sequência de jogos que busca desde o início da carreira. No Santos, foi do céu ao inferno em questão de meses. Apontando como o "novo Neymar", caiu em desgraça com a torcida, por conta do impasse na negociação de renovação de contrato. No Cruzeiro, conquistou um título brasileiro, mas pouco atuou.


- Tive uma sequência como titular no Santos, mas aí veio o problema na renovação. Meu ex-empresário acabou me atrapalhando e me prejudicando. No Cruzeiro, joguei pouco. Agora vou ter essa sequência, que é importante. Eu estava esperando por esse momento. Quero jogar - falou, em entrevista ao GloboEsporte.com.


A comparação incessante com o jogador do Barcelona e da seleção brasileira - iniciada desde que despontou com três gols em uma semifinal da Copa São Paulo - atrapalhou Neilton, como o próprio admite. O atacante do Botafogo quer desassociar seu nome ao do ex-colega de Santos.

Muitos falam que eu ainda sou uma promessa, então quero provar que posso ser uma realidade".
Neilton

- Isso gerou uma expectativa enorme em cima de mim. Tento não carregar essa pressão, porque o Neymar é um jogador que não tem comparação. Quero fazer o que sei e ser reconhecido como Neilton. Muitos falam que eu ainda sou uma promessa, então quero provar que posso ser uma realidade. A comparação me atrapalhou por causa das notícias. Nas redes sociais, eu até procurava não ver, mas muita gente questionava “Esse novo Neymar já sumiu”, “quem é novo Neymar?”.... Eu sou o Neilton! Isso acabou me prejudicando. Falaram muitas coisas erradas, me julgaram sem me conhecer, sem saber o que acontecia na minha vida. Colocaram essa pressão a mais, mas tentei não levar comigo e deixar isso de lado - disse.


A paixão pela bola começou desde cedo. Assim como o trabalho em seu primeiro clube - de futsal. Foi aos seis anos de idade. Neilton foi "descoberto" enquanto jogava futebol com outros meninos mais jovens, quando acompanhava seu irmão mais velho em treinos no Corinthians. Quando tinha oito anos, passou a receber propostas dos times paulistas para ir para o campo, mas optou por permanecer na quadra, onde atuou até os 14 anos. Foi só aí que partiu para o Santos.


No Peixe, porém, Neilton lembra que o começo foi complicado. Sofreu com os mais velhos nos anos em que ficou no alojamento do clube. Todavia, contou com o apoio de dois amigos, conquistados na época e mantidos até hoje.


- O meu irmão mais velho (hoje tem 25 anos, quatro a mais que Neilton) jogava na base do Corinthians e eu ia acompanhar ele, quando tinha uns 6 anos de idade. O pai de um dos meninos ficava jogando bola com os molequinhos e falou para o meu pai “Por que você não leva ele lá na BASF/Suvinil?”, que era um time de futsal de São Bernardo do Campo. Meu pai me levou, fiz um teste, passei, eles gostaram de mim para caramba. Acabei logo disputando um Paulista de futsal com os moleques de 8 anos... Jogando nesse time, muitos times vieram atrás de mim, os paulistas todos, quando tinha 8, 9 anos. Mas lá os caras me seguravam, me tratavam como um filho mesmo. Saí de lá, no fim, com 14 anos, quando fui para o Santos. Passei por algumas humilhações nos alojamentos, de gente que ganhava mais, que falava “Quem é você?”... O Luquinhas Crispim e o Leozinho foram os primeiros a me acolher. Nos primeiros dias, refeitório lotado, eu sozinho, eles me chamaram para sentar na mesa deles. Valorizo muito a amizade deles - relembrou.

Tatuagens, correntes, brincos e a parceria Chanel: tudo faz parte da personalidade de Neilton (Foto: Infoesporte)

O período em que ficou sem atuar, no intervalo entre as duas Copas São Paulo de Futebol Júnior, de 2012, quando foi titular, até a semifinal de 2013, quando teve sua primeira oportunidade para começar um jogo, fez Neilton questionar sua permanência no clube paulista. Pensou em deixar o Santos para ir a um time onde pudesse atuar mais. A sabedoria dos pais falou mais alto. Eles pediram paciência e calma ao atacante, que seguiu, entrou em campo, marcou três gols contra o Palmeiras e deu a vitória e a classificação ao Peixe. A grande atuação proporcionou a sua subida ao profissional.


- Fui campeão sub-15, sub-17, sub-20 com a base do Santos. Em 2012, na Copa São Paulo, fui titular, mas acabamos caindo antes. Acabei ficando um ano depois disso quase sem jogar. Falava para a minha mãe: “Quero ir embora, quero ir para um time onde eu possa jogar”. E meus pais falavam para eu ter calma e paciência. Na Copa São Paulo de 2013 eu fui reserva. Só fui ser titular na semifinal, contra o Palmeiras, porque os atacantes ficaram de fora. Era a oportunidade que eu estava esperando. Liguei para a minha mãe: "É hoje, vou arrebentar, você vai ver". Tive a felicidade de fazer os três gols e logo subi para o profissional - completou.


Aos 21 anos, Neilton já aprendeu muito da vida. Teve altos e baixos na carreira. Agora, no Botafogo, encontra a chance para se firmar de vez. E brilhar.


Confira a entrevista completa com Neilton:


Como está sendo esse início no Botafogo, bem intenso?



Muito proveitoso. Estou curtindo o momento. Graças a Deus, está dando tudo certo. O Botafogo voltou a vencer. Estou sendo feliz. Posso pensar somente no futebol, totalmente focado para que a fase melhore cada dia mais.


Você chegou em um momento conturbado, com muitas mudanças, novo técnico, time não fazia gols... Ficou assustado, sentiu alguma pressão?



Não senti pressão. É normal um time que está sendo reformulado no meio do campeonato... Falta entrosamento e acaba atrapalhando um pouco. Também chegou um treinador novo. Até ele colocar o jeito de jogo dele demora um pouco. Isso atrapalhou um pouco nos meus dois primeiros jogos, contra Luverdense e Santa Cruz, que também foram os dois primeiros do Ricardo à frente do Botafogo. Depois acertamos, ganhamos dois jogos importantes contra ABC e América-MG. Não me senti pressionado. Com o tempo a gente vai pegando ritmo de jogo. Fiquei muito tempo parado. Agora, com a sequência, quero ajudar o Botafogo.

Minha família está sempre do meu lado, cuidando da minha cabeça. Com 21 anos, a pessoa sai da favela, sem condições, e acaba se perdendo se não tiver a cabeça boa. Por isso também, me sinto mais maduro que muitos da minha idade".
Neilton, atacante do Botafogo

Você tem 21 anos, é o terceiro clube grande, conquistou títulos... se sente um jogador maduro já?


Joguei, ao longo da carreira, com muitos jogadores experientes, tanto no Santos quanto no Cruzeiro. Isso ajuda a amadurecer. No Cruzeiro teve Julio Baptista, Everton Ribeiro, Dagoberto, Ricardo Goulart, Ceará... Fiz amizade com todos. No Santos convivi com o Neymar, Cícero, Durval e com o Marcos Assumpção, que é o cara mais incrível que conheci no mundo do futebol e me ajudou bastante. Minha família está sempre do meu lado também, cuidando da minha cabeça. Com 21 anos, a pessoa sai da favela, sem condições, e acaba se perdendo se não tiver a cabeça boa. Por isso também, me sinto mais maduro que muitos da minha idade.


E no Botafogo, tem algum jogador que você já está mais próximo?


Tem o Carleto, que foi criado em Diadema, assim como eu. Nos encontramos no Santos. Quando eu tinha 14 anos, ele já estava no profissional e ia almoçar às vezes com a garotada no refeitório. No meu primeiro encontro com ele, perguntei “Você é de Diadema, né?”. Fizemos uma amizade legal, que está crescendo aqui no Botafogo. Ele me ajuda bastante, e eu tento ajudá-lo de alguma forma. Mas tenho amizade com todos. O grupo me recebeu muito bem no Botafogo. Tem o Jefferson... não vou citar nomes porque são muitos. Mas fui muito bem recebido.


Você esteve na mira do Botafogo por três vezes. Agora, veio para o clube...


Quando eu estava no Santos, com a questão da renovação de contrato em 2013, o Botafogo teve interesse, mas não foi adiante. Na ocasião, até elogiei a torcida, pois tinha enfrentado o Botafogo no Rio, com o estádio cheio, e a torcida apoiando o tempo inteiro. Nesse ano fiquei sabendo, no início do ano, pela imprensa sobre o interesse. Eu tinha vontade de vir para cá. Dessa vez, quando fiquei sabendo sobre o interesse pelo Berenicy (Queiróz, supervisor do Cruzeiro), me interessei e vim para ajudar o Botafogo.


Como é trabalhar com o Ricardo Gomes?


Ele é um cara extraordinário. É uma pessoa que me ajuda bastante. Por tudo o que ele passou na vida pessoal.... Fico feliz de trabalhar com ele. É um cara que entende muito de futebol. Ele me chamou para conversar, me deu conselhos e eu ouvi. O sábio é aquele que ouve os outros, e o Ricardo vem me ajudando bastante. A equipe está achando um padrão de jogo. Me sinto honrado por ter essa oportunidade de trabalhar com ele.


O Ricardo ainda não teve muito tempo para trabalhar conosco ainda, período de jogos terça e sábado. O que ele passa para nós, eu procuro pegar, assimilar, guardo para mim. Ele ajuda muito os jogadores, está “fechado” com nós.


Desde que o Ricardo assumiu, o Botafogo ainda não conseguiu sair à frente no placar. Nos dois jogos em que ganhou, foi saindo perdendo e virando. Por que isso?


É difícil tomar um gol e reverter o placar todos os jogos. Tem de estar mais ligados para procurar evitar isso. Uma hora não vai conseguir virar. Graças a Deus, nos últimos dois jogos nós conseguimos. O professor falou para nós, temos de manter a calma quando sofre gol, não podemos ficar nervosos, se desesperar. Depois do gol, começamos a impor nosso futebol, manter mais a bola, até marcar e virar. Tem de sair ganhando logo.


O Luis Henrique é um garoto novo, tem 17 anos, é tratado como uma joia no Botafogo. Uma trajetória, portanto, parecia com a sua também. Vocês já conversaram?


Converso com ele, a gente é do mesmo patrocinador também. Mas sobre isso, da nossa história, do que aconteceu, isso ainda não tivemos essa liberdade. A hora que eu tiver oportunidade de conversar sobre isso, vou passar para ele tudo o que eu passei, pois isso pode ajudar os outros. Para não cometer os mesmos erros, para não passar pelo o que eu passei. Se eu for fazer um livro da minha história, vocês choram...

O Neymar é gente boa demais. De vez em quando ainda dou uns toques nele pelo Whatsapp (risos). Ele brinca e fala que sou mais feio do que ele".
Neilton, sobre Neymar

Você conviveu com o Neymar no Santos? Ainda se falam?


Conheço ele. Já fui na casa dele, no Guarujá. Ele é um jogador extraordinário. Cada treino, cada jogo, eram pratos de comida para ele. Eu ficava impressionado com aquilo. Ele me ajudou, deu conselhos dentro e fora de campo. Ele é gente boa demais. De vez em quando ainda dou uns toques nele pelo Whatsapp (risos). Ele brinca e fala que sou mais feio do que ele.


Como foi esse problema de renovação com o Santos? Você até trocou de empresário, torcida chamou você de “mercenário”...


Isso me atrapalhou bastante. Estava há seis anos com esse empresário e confiava nele bastante, e, infelizmente, não podemos confiar muito nas pessoas. Ele (empresário) fez coisas erradas pelas minhas costas. Fiquei sabendo pelos outros que ele estava pedindo R$ 100 mil de salário para renovar. Mas quando eu descobri, me incomodei e fui conversar sozinho com a diretoria. “Que papo é esse? Ele realmente pediu esse valor?”. Mas já era tarde, já estava desgastado, a torcida estava me xingando. Aí surgiram outras propostas, até melhores financeiramente. Eu tinha o interesse de permanecer no Santos, mas por causa de outros, esse sonho acabou. Saí como mercenário do Santos, como o errado, a torcida me xingava, jogaram tinta no meu carro. E eu era muito novo. Nem pensava nisso, só queria jogar bola. Meus pais já não acompanhavam muito nessa época, e nós confiávamos totalmente nele (empresário Roberto Almeida). Foi o que acabou nos atrapalhando.


No Cruzeiro, você chegou em um time já formado, que tinha sido campeão brasileiro e acabou sendo de novo ao fim do ano. Com isso, acabou tendo poucas oportunidades.


Tive poucas oportunidades. Cheguei no ano passado, com o time pronto, campeão... Fui relacionado para vários jogos. Joguei pouco, mas só de estar ali, no meio daquele grupo que ganhou o Brasileiro e chegou à final da Copa do Brasil, já foi uma honra. Fiquei muito tempo parado no Santos. Joguei muito pouco em 2014. Nesse ano, comecei bem, tive algumas oportunidades com o Marcelo Oliveira, entrei, fiz gols, mas depois o Luxemburgo chegou e não tive mais chances.

Neilton com a namorada Juliana, com quem está junto há cinco anos e mora junto no Rio (Foto: Jessica Mello)


Como é o apoio dos seus pais? Onde eles moram?


Meus pais são separados. Minha mãe mora em Belo Horizonte agora, cuida dos meus negócios. E meu pai mora em São Bernardo do Campo mesmo. Ele me cobra muito! Sempre assim, digo para ele me dar parabéns, mas ele sempre aponta: “Não pode errar aquele gol! Tem de melhorar isso, ou aquilo”. Ouço muito ele. Na minha estreia, contra o Luverdense, acabei errando um gol chutando de esquerda. Ele mandou eu ajeitar de direita para chutar. Agora, contra o América-MG, recebi do Elvis e mandei de direita. Eles me ajudam muito, fora de campo também, para manter a cabeça boa.


Morei dois anos no alojamento do Santos, dos 14 até os 16, quase 17. Depois, voltei a morar com a minha mãe, em Santos e em Belo Horizonte.


Você namora há bastante tempo. Como se conheceram?


Graças a Deus nunca fui disso, de balada. Comecei a namorar com 16 anos, conheci ela (Juliana) quando ainda estava no alojamento. Fiquei mais sossegado ainda. Foi por meio de uma amiga em comum. Ela disse que tinha uma amiga para me apresentar. No começo, não queria muito, não (risos). Mas depois que mostrou a foto, pensei “opa!” (risos). Era época de Orkut, MSN ainda. Conversamos um tempo nas redes sociais, depois nos encontramos no shopping Bourbon, em São Paulo. Levei um “parça” junto, ela levou o primo e o irmão junto... Mas aí começamos a levar a sério e estamos juntos até hoje.


Você é bastante religioso, né?


Sou. Sou evangélico. Sigo os caminhos de Deus. Não bebo. Até antes de virar evangélico, nunca fui de beber, de fazer coisas erradas. Não era nem minha mãe, ninguém, que me falava. Eu sabia que não era para fazer. Quando você é da favela, muita gente oferece muita coisa. Já me ofereceram de tudo. Mas, graças a Deus, nunca aceitei nada. E hoje, quando vou para lá (Diadema), as pessoas que me viram crescer cuidam muito de mim. Se alguém chegar perto de mim, me oferecer uma cerveja, os caras já chegam: “Ô, cê tá louco?” (risos). Vou sempre para lá, tenho muitos amigos. Tem muita gente que esquece as origens, mas nunca tive esse problema. Sempre quando posso, estou lá. Dou uma ajuda. Muita gente me liga e pede se tem uma bola, uma camisa. Não é dinheiro, não. É com gestos pequenos assim que eles se importam, passar, cumprimentar eles. Muita gente não faz isso, acaba nem indo mais onde se criou. 
 
Neilton comemora seu primeiro gol pelo Botafogo,
 marcado contra o ABC
(Foto: Dhavid Normando / Agência Estado)
Como você é com relação a redes sociais? Interage, se importa com os comentários mais maldosos?


Estou sempre ligado, sempre conectado, acompanho bastante. (Sobre os comentários) eu fico tranquilo. Muita gente me xinga. Às vezes é chato para a minha família. Os comentários ruins, de quem só quer te derrubar, até acabo deletando a mensagem, bloqueando a pessoa. Para mim, tanto faz, tanto fez. Mas para a minha mãe, para a minha mulher... elas já querem responder! E eu sempre digo que não (risos).


E o seu cabelo? Dá para ver que você é vaidoso. E o seu pai é cabeleireiro.


Já fiz de tudo no meu cabelo (risos). Pintei de amarelo, de vermelho, fiz moicano, topetinho do Ronaldo... Meu pai quem fazia as "obras de arte", e eu aceitava tudo. Quando eu estava no Santos, ele ia na concentração, cortava meu cabelo. Mas agora é difícil. No Rio ainda não encontrei um cabelereiro. Em Belo Horizonte eu tinha um, que ia nas concentrações.


Você é fã do Ronaldinho Gaúcho. Como é jogar na mesma cidade que ele, talvez ano que vem vir a enfrentar ele em um clássico carioca?


Tenho alguns amigos em comum com ele. Assistia muito ele no Barcelona, nos times por onde ele passou. Joguei contra ele no Santos. Ele, no Atlético-MG. Ganhamos por 1 a 0. Aí troquei camiseta com ele. Tenho a camisa até hoje guardada. Ele e o Ronaldo Fenômeno são meus grandes ídolos. Desde criança, eu falava que era meu sonho era jogar um dia ao lado dele ou contra ele. Com o Ronaldo, não terei mais essa chance, pois ele se aposentou. Tenho vontade de conhecer os dois.


Você tem esse pensamento de jogar na Europa? Recebeu alguma proposta na época de Santos?



Tive proposta do Sevilla e do Tottenham, na época. Mas não foi passado para mim na época. Depois que fui ficar sabendo. Estava esperando o meu contrato acabar no Santos, os seis meses, para poder ficar livre. Como os meus pais não entendiam, eu estava começando ainda, falavam que eu não ia ter mais o direito a minha porcentagem, que outro clube teria 100% do meu passe. É mentira, né. Mas só depois que eu fui ficar sabendo... Não gosto nem de ficar muito falando disso. Cruzeiro, hoje, tem 40 ou 45% dos meus direitos. Por gratidão, o Santos ficou com 15%, eu que decidi por isso, porque saí livre de lá, para não sair brigado. O resto é meu.


Tenho sonho de ir para a Europa, disputar uma Champions League. Mas vamos trabalhar, procurar fazer gols, para que isso aconteça.

 

Por Jessica Mello e Marcelo Baltar Rio de Janeiro/GE

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