Desconforto de atacante com ambiente vivido junto à torcida vai ao encontro de insatisfação do Botafogo com suas atuações
Bill contra o Macaé, no último sábado: jogo de despedida do Botafogo (Foto: Vitor Silva/SSPress) |
Bill deixou o campo aos 18 minutos do segundo tempo na derrota por 4 a 2 para o Macaé. Após observar o restante da partida do banco de reservas, foi hostilizado ao se dirigir ao vestiário do Estádio Cláudio Moacyr. O atacante explodiu e, com dedo em riste, fez um gesto obsceno da direção do público que o hostilizava. Estava praticamente selada ali a sua saída do Botafogo após quase seis meses de clube.
No último domingo, dia de folga dos jogadores, Bill iniciou os contatos com a diretoria do Botafogo para falar sobre seu futuro. Por meio de mensagens e telefonemas com dirigentes, admitiu estar sem conseguir se concentrar no trabalho por conta dos problemas vividos fora dele. Atualmente enfrenta uma batalha judicial com sua ex-mulher - com quem tem dois filhos -, que o processa por falta de pagamento da pensão alimentícia, além de acusá-lo de ameaças de agressão. Também manifestou aos dirigentes o desconforto com as hostilidades que vinha sofrendo nas partidas do Alvinegro, principalmente em casa.
Em uma reunião na manhã da última segunda-feira, as duas partes selaram o acordo para a rescisão de contrato, prevista para ser assinada nesta quarta-feira. Na ocasião, Bill pediu a liberação dos treinos para resolver questões particulares. O atacante também alegou ter uma proposta do exterior, mas o Botafogo por enquanto não tem conhecimento dessa suposta oferta.
Após ouvir os argumentos de Bill, o Botafogo não se opôs à liberação. Dirigentes e integrantes da comissão técnica já se mostravam insatisfeitos com o rendimento do atacante e também se diziam contrariados com seu comportamento perante à torcida em Macaé. Por conta do mau rendimento técnico do jogador, o clube já vinha buscando outras opções no mercado e recentemente contratou Rafael Oliveira.
Na cúpula alvinegra há até quem defenda a escalação imediata de Luis Henrique, artilheiro do time sub-17, que, na última segunda-feira, fez seu primeiro treino com os profissionais. No entanto, a comissão técnica está reticente por lançar o jovem, temendo queimar etapas. Outros argumentam que o apoio da torcida poderia fortalecer o atacante. Por enquanto, René Simões tem como opções para o jogo contra o Sampaio Corrêa, nesta sexta-feira, Vinicius Tanque, outra prata da casa, de 20 anos, Sassá - que se recupera de lesão muscular - e Henrique - jogador que o Botafogo tenta negociar por ter um salário acima do teto estabelecido pelo Botafogo.
Rafael Oliveira ainda não assinou contrato e, por isso, segue sem condição de jogo. Sua participação contra o Sampaio Corrêa vai depender de sua inscrição na CBF. Caso isso ocorra até a véspera da partida, é o mais cotado para vestir a camisa 9 do Botafogo.
Bill deixa o Botafogo muito longe de cumprir a meta de 30 gols na temporada. Ele disputou 28 jogos com a camisa alvinegra e marcou 11 gols, sendo que somente dois em nove jogos pela Série B. O atacante já completava três rodadas, ou quase um mês, de jejum.
Por Gustavo RotsteinRio de Janeiro/GE
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