Páginas

sábado, 28 de abril de 2012

Jádson e Maicosuel, as chaves do enigma alvinegro




Oswaldo de Oliveira conversa com Maicosuel em treino do Botafogo
Oswaldo de Oliveira conversa com Maicosuel em treino do Botafogo Foto: Jorge William / O Globo

RIO — Sem saber que minutos antes o próprio Renato confirmara sua ausência enquanto cruzava os corredores do Engenhão com o tornozelo inchado à mostra, na sala de entrevistas Oswaldo de Oliveira mantinha no ar a dúvida sobre a participação do volante diante do Vasco. A passagem do tempo, dizia, ensinara-lhe a lidar melhor com as ansiedades. Renato não é a chave do mistério alvinegro para a decisão da Taça Rio, tampouco Fellype Gabriel. Se há uma questão ainda implícita, é onde este jogará, o que vai depender da escolha do técnico do Botafogo entre o novato Jádson e Maicosuel.

Oswaldo não deu mais do que uma pista sobre qual pode ser sua opção. Em determinado momento do treino, chamou Fellype, Elkeson, Andrezinho e Maicosuel para conversar. No início da semana, Fellype já havia treinado como segundo volante, posição em que terminou a semifinal contra o Bangu. Mas, assim como fez Cristóvão na semana da semifinal contra o Flamengo, em que testou Juninho ao lado de Felipe e entrou em campo com Fellipe Bastos, nada impede que a formação titular seja a surpresa de última hora.
— Não confirmo, não — respondeu Oswaldo, à pergunta se Fellype Gabriel formaria a dupla de volantes com Marcelo Mattos. — Estou preparando o time ainda, tenho a possibilidade do Jádson, que estreou muito bem contra o Boavista. Amanhã (neste sábado), possivelmente, sai a confirmação.

Se não trata a questão como a solução de seus problemas, Oswaldo também evita dar armas para Cristóvão Borges. Apesar da larga experiência e do currículo recheado de títulos em comparação com o rival, em início de carreira, para o técnico alvinegro a importância do momento ajuda a diluir diferenças.
— Só tem uma diferença entre mim e o Cristóvão: ele jogava muito — brincou. —Vi jogos em que o Vasco passou por momentos ruins e deu a volta por cima. Ele faz manobras de jogo com autoridade.
Para Loco Abreu, a falta de Renato é um fato que deve ser tratado com pragmatismo:
— Ele é um jogador titular, experiente, com uma ótima leitura do jogo, mas temos que nos preocupar em não transformar a ausência dele em algo importante. Seja quem for o escolhido, temos que fazer suas características darem certo, pois o meio-campo é onde se ganha o jogo.

Novo cobrador de pênaltis

Embora nunca tenha deixado de ser uma liderança, o capitão precisou de um trabalho especial de recondicionamento físico para retomar a condição de artilheiro. Após os três gols contra o Bangu, a final da Taça Rio contra o Vasco é uma espécie de primeiro passo rumo a duas conquistas para Abreu: a do estadual e da condição de cobrador oficial de pênaltis, já que, nas entrelinhas, Oswaldo disse que, ao menos nos 90 minutos, a tarefa de cobrar as penalidades caberá a outro. Andrezinho é o favorito para assumir o posto.
— O cobrador já foi determinado, mas as circunstâncias do jogo podem causar mudanças — afirmou Oswaldo. Nesse caso, se Herrera estiver em campo, será o cobrador.

Nesta sexta-feira, Jóbson, Lucas Zen e Fábio Ferreira ficaram na academia, mas apenas o primeiro é problema. Jóbson voltou a sentir dores musculares e deixou de ter presença certa no banco. Oswaldo tem planos de usá-lo assim que entrar em forma. Só não quis falar do holandês Seedorf, embora tenha confirmado que o meia do Milan, que recebeu proposta oficial do Botafogo no ano passado, faz parte de um projeto de marketing do clube. Antes de planejar o futuro, o técnico só tem olhos para o presente, e nada melhor do que conquistar um inédito título em casa.
—Nossa campanha precisa de um encerramento com chave de ouro. Temos de vencer no domingo e depois mais duas vezes o Fluminense — lembrou. — A concentração dos jogadores me faz acreditar num grande jogo domingo.

Fábio Juppa - O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é sempre bem vindo. Participe com suas opiniões!