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quarta-feira, 24 de junho de 2015

Afeto, polêmica, idas e vindas: termina contrato de Jobson com Botafogo


Vínculo de cinco anos de duração se encerra nesta quarta-feira com atacante cumprindo suspensão mas com esperança de retomar relação com o Alvinegro



Agora sem contrato com Botafogo, Jobson ainda espera
pronunciamento da Fifa (Foto: Vitor Silva / SSpress)
Foram 13 jogos e quatro gols decisivos para que o Botafogo não terminasse 2009 rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro. Começou ali a relação de Jobsoncom o Alvinegro. Uma relação de afeto e polêmicas, afagos e disputas que termina nesta quarta-feira, quando se encerra o contrato do atacante. Embora a diretoria ainda participe do processo de defesa contra a pena de quatro anos de suspensão imposta pela Federação Saudita de Futebol e confirmada pela Fifa, o Botafogo agora não tem mais qualquer vínculo formal com o atacante.

Desde 25 de junho de 2010, quando o contrato de cinco anos de duração foi assinado, Jobson disputou apenas 51 partidas e marcou 13 gols. Neste período, o atacante foi emprestado pelo Botafogo a cinco clubes – pelos quais pouco fez – e sempre deixou clara sua vontade de retornar. No momento em que as partes negociavam uma renovação, Jobson sofreu mais um duro golpe. Foi novamente punido, sob a acusação de ter se recusado a fazer exame antidoping quando defendia o Al Ittihad, da Arábia Saudita. Atualmente o Botafogo arca com algumas custas de seu processo de defesa na Fifa e na Corte Arbitral do Esporte. Esses valores são abatidos dos quatro meses de salários devidos pelo Alvinegro.

O Botafogo confirmou a contratação de Jobson quando ele viva seus últimos dias de suspensão por uso de cocaína. O atacante foi flagrado em dois exames realizados na reta final do Campeonato Brasileiro de 2009, quando, ainda emprestado pelo Brasiliense, foi o protagonista da equipe que se livrou do rebaixamento na última rodada. Depois de uma ferrenha disputa com o Flamengo, prevaleceu o afeto do Alvinegro ao jogador em meio ao grave problema, sendo firmando um vínculo de cinco anos de duração.



Jobson terminou de cumprir a suspensão de seis meses em julho de 2010, fazendo parte da equipe comandada por Joel Santana, e liderada por Loco Abreu, que até a última rodada do Brasileiro brigou por uma vaga na Libertadores. Mas no ano seguinte começou a peregrinação do atacante pelo Brasil. Em 2011 foi emprestado a Atlético-MG e Bahia, mas em agosto daquele ano o caso de doping foi reaberto, com o atacante sendo obrigado a cumprir mais seis meses de suspensão.

Começou em março de 2012 a terceira passagem de Jobson pelo Botafogo com atuações no Campeonato Carioca. Mas foram apenas seis jogos até que ele fosse novamente emprestado, desta vez para o Barueri. No início de 2013 foi a hora de tentar uma chance no São Caetano e em agosto foi negociado com o Al Ittihad. Seu retorno a General Severiano ocorreu no segundo semestre do ano passado.

Jobson recebe carinho da torcida ao assinar contrato em junho de
2010: início de relação conturbada (Foto: Paulo Sergio / Lancepress)
Inicialmente sem a intenção de aproveitá-lo, o Botafogo se viu quase que obrigado a dar uma chance a Jobson na reta final do Campeonato Brasileiro, face à situação dramática da luta contra o rebaixamento. O atacante impressionou diretoria e comissão técnica por seu empenho nos treinamentos em separado até ser integrado pelo técnico Vagner Mancini. Sua reestreia foi em outubro, e Jobson disputou apenas oito partidas, sem marcar gols, e terminou o ano criticado por ter perdido um pênalti na derrota para o Figueirense em São Januário.

O ano de 2015 começou com Jobson se vendo novamente obrigado a se destacar para sobreviver no Botafogo. A comissão técnica não mostrava interesse em sua permanência, mas Jobson voltou a agradar por seu desempenho na pré-temporada até tornar-se titular da equipe no início do Campeonato Carioca. O atacante era um dos artilheiros do Alvinegro se firmava no time de René Simões até receber a notícia da suspensão, poucos dias antes do primeiro jogo da final do Carioca, contra o Vasco.

Desde então o Botafogo vem buscando alternativas no mercado para suprir a ausência de Jobson. Recentemente o clube pensou no retorno de Caio, que se profissionalizou no Alvinegro e que em 2010 ganhou o apelido de Talismã pelos gols decisivos. Seu último clube foi Al Wasl, dos Emirados Árabes. A diretoria consultou o empresário do atacante, mas ouviu que o Internacional, dono de seus direitos, não pretende negociá-lo por empréstimo. Assim, as conversas não avançaram.

Os advogados recorreram da punição a Jobson, mas ainda esperam a Fifa se pronunciar, sem que haja data prevista para que ele conheça seu destino. Até lá, o atacante se refugia em Conceição do Araguaia (PA), sua cidade natal, onde, além de manter a forma física, busca o carinho da família e torce por um futuro que longe das polêmicas, próximo do Botafogo e com a bola nos pés.




Por GloboEsporte.com Rio de Janeiro/GE

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